02 dezembro, 2009

TENTAÇÃO DE CRISTO E SUA VITÓRIA SOBRE SATANÁS


Por Nelson Jr.

Lucas 4:1-2 - "Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo."
Vale a pena, antes de ler todo o trecho da tentação de Cristo (Lucas 4:1-13), se ler o trecho que vem antes (Lucas 3:21-22), pois mostra a "identidade" que Jesus tinha e que parece ter entendido quem Ele realmente era, o Filho de Deus a quem Ele tem muito prazer. O contexto do trecho da tentação de Jesus no deserto, mostra satanás propondo formas de Jesus pegar atalhos para conseguir saciar suas necessidades da carne, os prazeres que o mundo disponibiliza e a de poder ilusório oferecido por satanás. Nunca tinha me atentado a isso, mas olha a semelhança com alguém que decide caminhar com Cristo, seja um novo convertido, seja alguém querendo deixar um vício de drogas, ou de fazer um tratamento para cuidar de uma compulsividade. Lembrando que isso não é teologia e sim uma forma de enxergar a palavra viva de Deus nos dias de hoje.
A primeira tentação de Cristo vem depois de quarenta dias. Em qualquer tratamento de compulsão, de forma geral, esse é o período que o corpo passa por uma desintoxicação, passa-se a ter o que se chama de "síndrome de abstinência", e podendo ocorrer algumas alucinações (como por exemplo ver o objeto do seu desejo fome-pão; droga, jogo, bebida, sexo, compras etc). Pelo fato de que, as pessoas que passam por esse processo, normalmente não terem nada em que ou em quem se agarrar, começam a ter dúvidas em o que (ou quem) seguir, bate a insegurança de se continuam ou voltar para o caminho por onde andava. Esse momento é muito particular para cada um, pois nem todos tiveram os mesmos históricos de vida para nivelar uma resposta única, logo, vejo uma necessidade muito grande de se ter sempre alguém mais forte (com mais tempo fora da adicção) ou com mais tempo de vida com Deus (pode ser um grupo de pessoas, uma pessoa, uma igreja, mas sem legalismo por favor), acompanhando o processo, para poder ajudar a alinhar a decisão (que é da pessoa que está tentando mudar de vida que precisa tomar e não de quem acompanha), apontando-se sempre para na palavra de Deus, a Bíblia, e não nas palavras dos homens, porque para quem é compulsivo ativo (ou recém iniciado num tratamento), a vida está cheia de promessas não cumpridas e/ou inacabadas e ficaria difícil acreditar em alguém. "Sou impotente diante dessa situação e perdi o controle da minha vida por causa disso. Não consigo sozinho, mas com alguém comigo eu posso conseguir."
A segunda tentação é: uma vez passada a tentação do corpo, como progressão do artifício de tentação, satanás passa a usar os prazeres do mundo para encher nossas mentes. Traz para nossa mente todos os momentos bons quando se estava praticando tudo o que ele sussurrava nos ouvidos. Ele não traz os momentos de sofrimento, angústia, de solidão e desespero por uma mão que ampara. Apenas alimenta a lembrança da sensação boa de se ter algo importante mesmo que por pouco tempo. Esse sussurro faz com que a pessoa ignore todas as sugestões dadas pela Bíblia e corra no sentido de querer ganhar o tempo perdido e fazer tudo que até então não conseguiu fazer (estudar, trabalhar, namorar etc) sem estar preparado para isso. Creio eu que foi por esta razão que Cristo apontou para a adoração a Deus e não as coisas do mundo, pois tendo o Pai como referência, todas as outras nossas escolhas teriam o mesmo norte. "Entrego minhas vontades a Deus".
Por fim, a terceira tentação é o desejo de ser igual a Deus e adorado como tal, trazendo o orgulho, mesmo pecado de satanás, o pecado do estrelismo (todo compulsivo tem esse desejo de aparecer). É onde começa a surgir a auto-comiseração ("coitadinho de mim, ninguém gosta de mim") e a vontade de largar as pessoas que até então o ajudaram para passar a caminhar sozinho, "pois se sou o próprio 'deus', eu não preciso de mais ninguém para continuar nessa caminhada de libertação".
Ledo engano meu querido. Se nem Cristo andou sozinho, se nem Deus criou o mundo sozinho (o Espírito já estava com Ele na criação do mundo), quem somos nós para acharmos que não precisamos de ninguém. Lembrando que até então, antes do início de qualquer recuperação, foi feito tudo como sempre se queria e você acabou parando em um grupo de ajuda e agora quer largar tudo e correr sozinho? Bom, mas não sou ninguém para falar alguma coisa. Cristo disse que não devemos tentar nosso próprio Deus (como fez satanás). Cada um faz sua própria escolha. Eu escolhi caminhar debaixo do guarda-chuva de Deus, "revendo todos os dias as burradas que faço quando destrato alguém e tentando consertar sempre que possível e quando tenho sucesso nisso compartilho com os amigos para deixar os exemplos bons e maus". Mas cada um, cada um, não é verdade? Amém.
Nelson Jr.

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